Excesso de Impostos

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Excesso de Impostos

«Only 10 of the 190 taxes collect 90% of the total revenue. The other 180 taxes don’t cause direct economic damage but they generate obstacles, delays and an endless number of procedures that hinder economic activity in a country where making money is already an impossible task»

Eu concordo plenamente com este pensamento do Javier Milei e tinha a convicção que a situação de Portugal é muito similar, por isso fiz o meu “Don’t Trust, verify”.

Receita tributária

Foi analisar o caso de Portugal, as receitas tributárias de 2023:

«Carga fiscal subiu para 95 mil milhões de euros. Mas cai para 35,8% do PIB em 2023» – ECO

Se o objetivo final da estatística é para efetuar uma comparação entre países, é necessário efetuar a divisão pelo PIB. Mas se a análise é apenas para comparações internas ou homólogas, não faz qualquer sentido efetuar a divisão.
Com a divisão dos valores pelo PIB, mascaramos a realidade, sobretudo em períodos inflacionários, porque o crescimento do PIB não é real, é uma consequência da inflação.
A melhor maneira para analisar as estatísticas internamente é utilizar o valor nominal.

No relatório do INE, os impostos são divididos em 3 grupos:

  • Impostos Diretos
  • Impostos Indiretos
  • Contribuições Sociais

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Segundo esses dados, nos últimos anos, tem acontecido um enorme crescimento da arrecadação fiscal por parte do estado, a única exceção foi 2020, devido ao covid. De 2019 a 2023, o aumento foi de quase 30%. Ou seja, totalmente oposto à ideia (divisão pelo PIB) que os governos gostam de propagandear.

Para termos uma comparação, no mesmo período, o salário mínimo nacional(Portugal) subiu 27%, mas o salário médio apenas subiu 17%. As pessoas estão a perder poder de compra.

A tabela seguinte é a compilação dos dados:
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O IVA é o imposto com maior arrecadação, corresponde a aproximadamente a 25% do total da arrecadação fiscal, seguido pelo IRS, com 19.5%. É curioso que a constituição portuguesa, defende que os impostos devem ser progressivos, ou seja, quem ganha mais, deve pagar mais.

Artigo 104.º
(Impostos)

  1. O imposto sobre o rendimento pessoal visa a diminuição das desigualdades e será único e progressivo, tendo em conta as necessidades e os rendimentos do agregado familiar.
  2. A tributação das empresas incide fundamentalmente sobre o seu rendimento real.
  3. A tributação do património deve contribuir para a igualdade entre os cidadãos.
  4. A tributação do consumo visa adaptar a estrutura do consumo à evolução das necessidades do desenvolvimento económico e da justiça social, devendo onerar os consumos de luxo.

Mas o IVA é um imposto cego, onde os principais afetados são os mais pobres, totalmente oposto ao que a constituição diz, sem justiça social.

Somando os 10 maiores impostos, resulta em 93.6% da receita fiscal, é similar à situação da Argentina:

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A quantidade de impostos em Portugal é tal, que a maioria deles nem aparece nos relatórios, apenas ficam nas secções “outros”. Curiosamente, perguntei a uma AI, quantos impostos existem em Portugal, mas a AI, esquivou-se à resposta.

Em Portugal, existem cerca de 20 impostos principais, incluindo os mais conhecidos como o IRS, IRC, IVA, IMI, e IMT. Além desses, há vários outros impostos e taxas específicas que podem ser aplicáveis em diferentes situações.

Eu insisti mais que uma vez, mas ele nunca deu um número concreto. Possivelmente, nem o governo sabe quantos impostos existem…

Conclusão

Em Portugal e na Argentina, a esmagadora receita fiscal acontece, sobretudo em apenas 10 impostos, os restantes são residuais na receita do governo mas gera uma enorme burocracia nas empresas e nas pessoas.

Se muitos desses "mini" impostos fossem eliminados, permitia uma maior dinamização do mercado, gerando crescimento económico e mais empregos. Nos fins das contas, o estado acabaria por arrecadar mais receitas através dos outros impostos, sobretudo no IVA. Em certos casos, é provável que custos operacionais para o estado são superior à propria arrecadação fiscal desse respectivo imposto. Sem esquecer os casos de impostos sobre impostos, da dupla tributação, como acontece na compra de um automóvel. A curva de Laffer, há muito que foi ultrapassada em Portugal.

Além de prejudicar a economia diretamente, esta enorme quantidade de taxas, taxinhas e burocracias, tem um efeito perverso no “estado”. Os estados necessitam de muitos meios físicos e humanos para efetuar a gestão, fiscalização e a recolha desses impostos, além disso, a burocracia leva ao surgimento da corrupção.
A burocracia é criada propositadamente pelos políticos para atrapalhar a vida dos cidadãos, com o objectivo final de beneficiar terceiros, como advogados ou lobis ou os próprios políticos. A receita fiscal é mínima, mas é um incentivo à corrupção, isto é especialmente visível a nível mais local, nas autarquias. Qualquer coisa que se faça, sobretudo a nível de obras, é necessário uma infindável quantidade de autorizações, papeladas e claro, muitas taxinhas. Devido a essa burocracia, qualquer licenciamento demoram meses a anos, no meio disto tudo, existem empresários/pessoas impacientes, que desesperam com a tremenda demora e acabam por colocar uma notinha no bolso de alguém importante, para que este acelere o processo. Coisas que normalmente demorariam meses, são aprovadas em semanas, a burocracia incentiva a corrupção.

Portugal necessita urgentemente de uma simplificação fiscal, se houvesse vontade política para mudar, o governo poderia diminuir drasticamente o número de impostos sem diminuir a arrecadação fiscal. Se esta mudança, eles não são capazes de a fazer, muito menos vão fazer uma mudança que provoque uma redução da arrecadação fiscal.
Eu acho que Portugal vai seguir o caminho oposto, em vez de simplificar, vai é criar ainda mais novos impostos, porque como os atuais impostos já estão demasiado elevados, é extremamente impopular aumentá-los ainda mais, a maneira mais simples para o governo é criar novos impostos para aumentar a arrecadação fiscal.

Os governos modernos só olham para o aumento da arrecadação/impostos, "esquecem” por completo a redução de gastos, a eficiência.
Resumindo, isto é o mundo FIAT.